Uma reflexão publicada na página das paróquias de Issy-les-Moulineaux, o P. Roger Khalil chamava a atenção para a analogia entre a Primavera e a Páscoa. Como todas as analogias, tem uma parte de semelhança e uma parte de dissemelhança. Tendo como fundo a fotografia do Chapim Real feita pelo Afonso Muralha, apresento-vos de seguida essas considerações.
Todos os anos, depois do Inverno, volta a Primavera. A natureza revive. Em cada ano, a seguir à primeira lua-cheia da Primavera, a Páscoa volta.
Como que há uma convergência entre o despertar da natureza e a Ressurreição de Jesus. O ritmo da natureza e o calendário litúrgico dão-se as mãos.
Porém, esta harmonia só diz respeito a metade do planeta. Com efeito, no hemisfério sul, a Páscoa é celebrada no início do Outono. Desvanece-se a tal convergência entre a Páscoa e a vida que renasce na natureza. O que nos chama a atenção para a enorme diferença existente entre o renascimento anual da natureza e o carácter único da Ressurreição de Jesus: o renascimento da natureza é cíclico; a morte e a Ressurreição de Jesus ocorre uma única vez, e de uma vez para sempre no longo caminho da Humanidade.
A morte de Jesus testemunha que não há maior amor que dar a vida por aqueles que amamos. A Ressurreição ensina-nos que o amor é mais forte do que a morte.
Estas certezas da fé abrem-nos novos horizontes. Em cada dia. Todas as manhãs. Esta “Primavera da Páscoa”, assim, é quotidiana.
Boa continuação de uma bela Páscoa! Cristo ressuscitou! Ressuscitou verdadeiramente!
P. José Manuel