Na Mensagem para este Dia Mundial da Paz – o 56º. desde que o Papa S. Paulo VI o criou – o Papa Francisco recorda a sucessão por nós vivida, primeiro por causa da pandemia Covid 19, depois pela guerra na Ucrânia, e afirma que «de tal experiência, brotou mais forte a consciência que convida a todos, povos e nações, a colocar de novo no centro a palavra “juntos”. Com efeito, é juntos, na fraternidade e solidariedade, que construímos a paz, garantimos a justiça, superamos os acontecimentos mais dolorosos. De facto, as respostas mais eficazes à pandemia foram aquelas que viram grupos sociais, instituições públicas e privadas, organizações internacionais unidos para responder ao desafio, deixando de lado interesses particulares. Só a paz que nasce do amor fraterno e desinteressado nos pode ajudar a superar as crises pessoais, sociais e mundiais» (n 3).
Iniciamos este Ano Novo com os Encontros de Santa Isabel procurando compreender melhor a nossa condição de discípulos de Jesus no tempo presente. Juntos, sim, com Ele e como Ele sobre a terra. Sabendo que, na maior parte das vezes, à nossa volta ocorrem só coisas sem importância. Pelo menos aparentemente. E vivemos a nossa vida com os nossos familiares, os nossos amigos, os nossos colegas de profissão. Mas, como diz Karl Rahner, «é justamente nessas coisas que Deus nos chama a sermos guardiões do que é sagrado, do que é grande, da graça de Deus dentro de nós e à nossa volta»*.
Que 2023 seja, para todos, uma bela ocasião de vivermos segundo o dinamismo do Reino, transformando, nas pequenas coisas do quotidiano, esta terra em que vivemos num mundo mais justo e mais fraterno. Juntos.
P. José Manuel
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* K. RAHNER, Prediche bibliche, Roma 1967, Ed. Paoline, 13.