texto do mês

“Trata bem dele”

A Mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial do Doente (11 de Fevereiro, festa de Nossa Senhora de Lourdes) deste ano, intitulada “Trata bem dele”, é inspirada na parábola do Bom Samaritano (Lc 10,30-37) e refere-se à reflexão explicitada na encíclica Fratelli tutti: no gesto de cuidado do samaritano irrompe como um novo estilo de vida assente na “cultura do cuidado”. Gostava de ler convosco dois excertos.

O Papa Francisco começa por nos dizer:
«A doença faz parte da nossa experiência humana. Mas pode tornar-se desumana, se for vivida no isolamento e no abandono, se não for acompanhada pelo cuidado e pela compaixão. Quando caminhamos juntos é normal que alguém se possa sentir mal, que tenha de parar por causa do cansaço ou por alguma dificuldade no percurso. É exatamente nesses momentos que se vê como estamos a caminhar: se caminhamos verdadeiramente juntos ou vamos pela mesma estrada, mas cada um por sua conta, dando atenção aos seus próprios interesses e deixando que os outros “se arranjem”. Por isso, neste XXXI Dia Mundial do Doente e em pleno percurso sinodal, convido-vos a refletir sobre o facto de podermos aprender, precisamente através da experiência da fragilidade e da doença, a caminhar juntos segundo o estilo de Deus que é proximidade, compaixão e ternura».

E, mais à frente acrescenta:
«Trata bem dele» (Lc 10,35) é a recomendação do samaritano ao estalajadeiro. Mas Jesus repete-a igualmente a cada um de nós na exortação conclusiva: «Vai e faz tu também o mesmo». Como evidenciei na encíclica Fratelli tutti, «a parábola mostra-nos as iniciativas com que se pode refazer uma comunidade a partir de homens e mulheres que assumem como própria a fragilidade dos outros, não deixam constituir-se uma sociedade de exclusão, mas fazem-se próximos, levantam e reabilitam o caído, para que o bem seja comum» (n. 67). Efetivamente «fomos criados para a plenitude que só se alcança no amor. Viver indiferentes à dor não é uma opção possível» (n. 68).

«Trata bem dele» (v. 35). «Vai e faz o mesmo» (v. 37). Agora somos nós. Juntos. Continuando o caminho sinodal. Como discípulos de Jesus no tempo presente. Ao reconhecermo-nos como cristãos – aqueles que, na sua experiência concreta encontraram Jesus Cristo, o reconheceram como salvador (não salvador em geral, mas salvador das nossas próprias vidas) – não podemos deixar de procurar viver com Jesus e como Jesus sobre a terra. O que comporta arriscar, entregarmo-nos, vivermos a nossa vida como vida dada. Como Ele.

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